quinta-feira, 26 dezembro, 2024

Senado aprova novo embaixador brasileiro no Vietnã

Por videoconferência, Marco Farani passou por sabatina na Comissão de Relações Exteriores (Foto:Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

O Plenário do Senado aprovou na tarde desta quarta-feira (23) a indicação do diplomata Marco Farani para chefiar a embaixada do Brasil na República Socialista do Vietnã. Foram 39 votos a favor e 1 contrário, com 2 abstenções.

Farani foi sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores (CRE) na manhã desta quarta. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) foi o relator da indicação (MSF 62/2022). Na sabatina, o diplomata ressaltou a importância de retomar as visitas bilaterais entre os dois países para restabelecer diálogos políticos e relações econômicas e comerciais. Segundo ele, cinco visitas de autoridades vietnamitas ao Brasil foram canceladas pelo governo brasileiro entre 2015 e 2020. O diplomata também sugere a criação de grupo parlamentar de amizade Brasil-Vietnã.

— A importância de visitas de autoridades é muito grande para que a gente possa abrir campos de negócios e implementar um comércio dinâmico — destacou.

Marco Farani já atuou como secretário nas embaixadas do Brasil no Japão e na China e foi cônsul-geral em Tóquio. Ele também foi diretor da Secretaria de Relações Internacionais da Presidência do Senado. Este será o seu primeiro trabalho como embaixador.

Relações diplomáticas

As relações diplomáticas do Vietnã com o Brasil foram estabelecidas em 1989. Já as comerciais estão em expansão. Atualmente, ao menos três empresas brasileiras operam no país do sudeste asiático. O escritório de arquitetura Gema atua há mais de quatro anos na cidade de Ho Chi Minh (antiga Saigon). A Medevice 3S, joint-venture coreano-brasileira, também sediada em Ho Chi Minh, fabrica preservativos. Já a JBS instalou, em 2014, nos arredores de Ho Chi Minh, uma unidade de distribuição, produção e acabamento de couros, que é base para exportações para Ásia e EUA.

Nos anos de 2020 e 2021, a despeito da pandemia, o PIB vietnamita cresceu 3% e 2,6%, respectivamente. Para 2022, o governo vietnamita projeta alta de 7% do PIB; já o Banco Mundial prevê crescimento de 5,5%. Antes da pandemia, em 2019, o Vietnã havia recebido o recorde histórico de US$ 20,4 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). No primeiro semestre de 2022, o país já recebeu US$ 14 bilhões em IED.

A embaixada em Hanói mantinha registro, até a pandemia da covid-19, de 55 brasileiros residentes no Vietnã. Na esteira do processo de abertura econômica, iniciado em 1986, o Vietnã tem adotado estratégia de diversificação de parcerias em prol do desenvolvimento e de sua segurança nacional. Dessa forma, aproximou-se de Estados Unidos, Japão e países europeus, além de normalizar as relações com a China. O país vem buscando intensificar sua integração às cadeias globais de valor, além de comprometer-se com a cooperação internacional e com os preceitos de economia de mercado.

O Vietnã mantém relações diplomáticas com 188 países-membros das Nações Unidas e integra mais de 70 organismos regionais e internacionais, com destaque para o sistema ONU e para a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Na ONU, o Vietnã ocupou assento não permanente no Conselho de Segurança nos biênios 2008-2009 e 2020-2021. O país aderiu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1993 e à Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2007, após 12 anos de negociações.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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